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Artistas e empreendedores criativos comentam suas experiências com o edital Max Quarentena

Iniciativa foi uma oportunidade para geração de renda em meio à pandemia e para que os profissionais tivessem novos aprendizados com ferramentas digitais para aplicarem em suas carreiras

Em abril de 2020, o Instituto Jatobás e o Centro Max Feffer Cultura e Sustentabilidade lançaram o edital Max Quarentena para apoiar artistas e empreendedores criativos de Pardinho e da região da Cuesta Paulista afetados pelo cenário de pandemia do novo coronavírus. Foram selecionados e contratados 38 projetos e parte deles compõe a programação cultural online disponível desde 20 de maio no site e no canal no Youtube do Centro Max Feffer. Além de visibilidade a esses profissionais, a iniciativa também oferece uma programação cultural diversificada e de qualidade para todos, que inclui shows, apresentações, cursos, oficinas e palestras.

A experiência tem sido tão positiva para todos os envolvidos (Instituto Jatobás, artistas, empreendedores criativos e público) que a programação online passará a ser contínua e complementar à programação presencial, e terá curadoria com foco regional e nacional. Confira a programação atual no novo site do Centro Max Feffer: https://centromaxfeffer.org.br/.

Artistas e empreendedores criativos que participam da iniciativa contam como tem sido a sua experiência. Eles relatam que a oportunidade foi um alento em um momento desafiador profissional e financeiramente.

Osni Ribeiro, que realizou o projeto Manhã Violeira –  uma websérie que reúne música, prosa, interações e intervenções dentro de diversas linguagens virtuais – conta que “o Max Quarentena surgiu num momento de poucos horizontes, em que as perspectivas de quem trabalha com arte e cultura ficaram bastante prejudicadas. O envolvimento com o projeto como um todo trouxe um novo ânimo e colaborou muito para a ambientação dentro desses novos parâmetros de produção, comunicação e difusão do fazer artístico, evidenciados pela quarentena, que acredito sairão fortalecidos pós pandemia.”

Quem tem opinião semelhante é André Moreira, músico que realizou o pré-lançamento do seu álbum de canções autorais e inéditas  “Pequeno Mosaico de Ideias” em uma live. Segundo ele, “realmente era um momento em que a gente estava assustado. De repente, todas as datas de shows e apresentações foram canceladas. A consequência disso é que no mínimo metade do meu orçamento mensal foi comprometido. Foi uma oportunidade muito importante realizar esse pré-lançamento e poder fazer parte de uma divulgação do meu trabalho”.

O edital também foi uma oportunidade para que os participantes aprendessem a trabalhar com ferramentas digitais online, que se tornaram ainda mais vitais neste período de distanciamento social.

Um exemplo foi o projeto de Guilherme Chiapetta, que realizou uma oficina de gravação em casa, em quatro encontros online, de 1h30 cada. “Passei para os oficineiros, que eram músicos, técnicas de gravação com os recursos que cada um tem (celular, computador) para as pessoas gravarem em casa e conseguirem produzir, continuar as atividades musicais neste período de isolamento. Foi uma experiência bem interessante. Porque era uma oficina que eu já tinha dado, mas foi a primeira vez que fiz online e achei surpreendente.”

Para Celisa Luizetto, que produziu duas vídeo-aulas de artesanato sustentável, também foi uma novidade. “Foi uma coisa muito nova. Eu tenho um ateliê em São Manuel, mas nunca tinha feito gravações, uma vídeo-aula. Foi um aprendizado”, conta.

André Moreira aproveitou a oportunidade para fazer a sua primeira live, em um momento em que esse formato se tornou o padrão para músicos. “Muitas pessoas que me seguem estavam pedindo. Teve uma repercussão bem bacana. Eu já precisava e queria fazer esse pré-lançamento e acabou acontecendo nesse formato foi uma novidade para mim.”

Outra artista participante, Gaby Moretti – que realizou a live “Na Sala Com Gaby” – comenta outro ponto positivo, além da oportunidade de gerar renda nesse período: “eu sempre viajei muito fazendo shows e estou parada agora. Não é só a questão financeira que pega. É também a questão de rotina, do prazer de estar com o público. Então o mais legal foi a interação com o público pela internet”.

Além de contemplar projetos no segmento Arte & Cultura, o edital também apoiou projetos de Saúde & Bem-Estar. Como a série de vídeos da nutricionista Camila Castelo, em que deu orientações de alimentação saudável.

Para ela, foi a oportunidade de alcançar um público novo: “foi uma delícia receber o feedback de pessoas impactadas pelos vídeos. Muitas delas não tem condição financeira de passar com uma nutricionista particular, então foi muito gratificante saber que esse projeto conseguiu ajudá-las. Foi uma experiência incrível! Gravar os vídeos me tirou da zona de conforto e me fez pensar fora da caixinha para adaptar meu trabalho e conteúdo ao formato online.”

Participantes comentam como foi o apoio do Centro Max Feffer

Pedimos para avaliarem como foi a experiência com o processo do edital.

Osni Ribeiro diz que “houve uma relação leve e de muita cumplicidade com toda a equipe do Centro Max Feffer e os demais participantes do edital e se estendendo pelo amadurecimento do Manhã Violeira, que depois que saiu do papel assumiu proporções mais significativas do que eu imaginava. Nem mesmo as aventuras do enfrentamento de conexões virtuais e limitações técnicas constrangeram a energia do processo.”

“Teve essa questão de conhecer artistas da região. Muitas vezes a gente nem conhece o que tem de bom na nossa região. Eu não conhecia o Centro Max Feffer. Achei super organizado, muito bacana esse incentivo à arte nesse momento de tanta necessidade”, comenta Celisa Luizetto.

Para finalizar, André Moreira resume: “teve um apoio muito bacana da equipe do edital. O pessoal se preocupou em dar bastante suporte na questão técnica. Se preocupou com a qualidade, que cada um que estivesse envolvido pudesse saber o precisava usar de equipamento e como tirar o de do equipamento que já tinha. Esse suporte foi muito legal, pois houve alguns encontros em formato de oficina [com Guilherme Chiapetta] para se criar um padrão de qualidade. Depois eu pude fazer algumas outras lives já com mais qualidade, através do aprendizado que tive nesse processo.”

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